Tuesday, February 22, 2005

Especial legislativas 2005 – o remate final*

Com o início de uma semana surge como sempre um novo ciclo. Desta vez com um simbolismo mais forte e tão importante como incerto. Tal como o céu nesta manhã de neblina, o futuro de Portugal, tardará a aparecer mais nítido e delineado, com mais certezas e menos esperanças que as que hoje temos. Muda o governo, muda o primeiro-ministro, mudam os ministérios, mudam os gabinetes, mas o que mais me preocupa é que não há caras novas. Tudo mudou, menos os intervenientes, que são repetentes. Repetentes e chumbados. Nem direito a oral tiveram. Esta história já se passou em algum lado. Não era esta, foi outra que terminou drasticamente num domingo de Dezembro de 2002. Drasticamente? Não! Naturalmente, pois da lama onde uma vez se enterraram, os Guterristas jamais se conseguiram levantar. Abandonaram um barco à deriva, que outra tripulação teve de levar a bom porto, e agora, sem o mesmo capitão mas com a mesma tripulação, se prepara para partir rumo a novas aventuras** (ou fronteiras, parece que agora o veículo é anfíbio, o Portas deu matéria novo às Forças Armadas). Dois anos a compor Portugal e depois dá nisto, pensam uns. Outros não pensam, dizem barbaridades e continuam a viver num sonho cor-de-rosa atirando para o ar que com o Guterres estávamos melhor. Outros há, que com muito bom senso não dizem nada, apenas afirmam que com este governo de 4 meses não se podia ir a lado nenhum. Escolheu-se mais uma vez mudar, mas como a memória de Portugal é muito curtinha, já se esqueceram que daqueles que para lá vão agora só falta o Guterres. Até o Ferro lá está! Será que vai inventar agora um novo rendimento mínimo introvertido? É para contrastar com o novo narcisista que nos vai governar. O outro fez birra ontem, e resta-me dizer que com alguma razão! Agora pode dizer que não lhe deram tudo o que pediu e tem razões para ficar por lá mais uns tempos. Oh valha-me Deus! Tá tudo maluco ou que? Isto não quer dizer que houvesse alternativa, pois essa, infelizmente pela primeira vez na nossa história, não existia. Ora vamos lá ver. De cada vez que um abria a boca, enterrava-se. Quem ganhou? O que falou menos e nem decorou o discurso da vitória. Não vá o diabo tece-las e sair a milésima bacorada numa campanha que durou tão poucos dias. Ainda dizem que os políticos portugueses não são produtivos… Mas é mesmo assim, “Life goes on…”, resta ver até onde. Não se esqueçam que uma maioria absoluta ou no parlamento já não é sinónimo de hegemonia e tranquilidade governativa, agora há um presidente que quando não gosta, dissolve… Bem que podia começar por dissolver mais algumas instituições e personagens da nossa praça, mas isso é outra história que não interessa nem aos interesses de Sua Excelência o Presidente da República nem aos demais leitores. Devaneios num gajo no peru que ainda não mascou folha de coca…
* ou será cúmentario, ouvi dizer que vai haver revisão ortográfica. O lobby chegou a Portugal! ;)
** do Lat. adventura
s. f., acçao arriscada exposta à boa ou má sorte; imprevisto ao acaso ou à sorte.

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